quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Deitar você

Forra-se o corpo nos dedos

Esticando o lençol da pele.

O corpo exala

Cheiro da vontade inacabada.

A língua toca a fenda

Chave estrelada.

Flama o gosto!

Risca o céu labareda.

Rubor no tremer do toque

Corpo inteiro no desenho seguro

De duas mãos rasgando a carne

E rostos desprositados

Equilibrados no vazio

Espaço fechado de um quarto.

Quarto povoado de sons

E dois seres morrendo

No infinito.

2 comentários:

  1. Como em Drummond, um ato do amor é um morrer. O gerúndio de morrer "no infinito" é encanto poético. E o título: belo belo.

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  2. Obrigada pelo sensível comentário no blogue da Gerana. Gosto sempre, muito, das suas poesias. Abr. Mônica Menezes

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