sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Aconteceu

Talvez,
Dedilhar teus cabelos
Balançando saudade
Diminua a distância
Entre nossas bocas.

Talvez,
Atrás

Onde você guarda
Da luz tua pele mais fresca
Possa eu deitar
Minhas mãos.

E se você voltar
Seu corpo para o meu,
Descubramos
Úmidos um no outro
O início da noite.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Partida

Enquanto meu olho direito
Inquieto chora a falta
Que a saudade abraça.

O olho esquerdo beija
Nas tuas mãos a conquista
Que cresce nos teus cabelos.

Depois,
Com as duas mãos
Enxugo um único olho.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Deitar você

Forra-se o corpo nos dedos

Esticando o lençol da pele.

O corpo exala

Cheiro da vontade inacabada.

A língua toca a fenda

Chave estrelada.

Flama o gosto!

Risca o céu labareda.

Rubor no tremer do toque

Corpo inteiro no desenho seguro

De duas mãos rasgando a carne

E rostos desprositados

Equilibrados no vazio

Espaço fechado de um quarto.

Quarto povoado de sons

E dois seres morrendo

No infinito.